O Doodle deste dia 12/10 homenageia o 116º aniversário da ativista afro-brasileira e pioneira do sindicato de trabalhadores domésticos no Brasil, Laudelina de Campos Melo
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Quem foi Laudelina de Campos Melo?
Interessada em divulgar sua comunidade, desde adolescente Laudelina de Campos Melo trabalhou em diferentes associações culturais negras. Em 1920, foi eleita presidente de um grupo cultural, o Clube 13 de Maio, voltado para o ativismo político e atividades recreativas. Ainda na adolescência, ela começou a trabalhar como doméstica para Julia Kubitschek, mãe de Juscelino Kubitschek, que viria a ser presidente do Brasil na década de 1950, Laudelina de Campos Melo morou e trabalhou com a família mesmo depois de se mudar para São Paulo.
Em 1924, Laudelina de Campos Melo tornou-se politicamente ativa, filiando-se ao Partido Comunista do Brasil, à Frente Negra Brasileira e à associação cultural negra Saudades de Campinas. O ativismo de Melo girava em torno da diminuição do preconceito racial e da subestimação do trabalho das mulheres trabalhadoras.
Por volta de 1936, Laudelina de Campos Melo fundou a Associação Beneficente das Domésticas de Santos. Ao juntar-se às trabalhadoras na associação, ela confiava que seria uma plataforma para melhorar sua educação em questões legítimas que as afetam, bem como um veículo para construir uma consciência compartilhada e solidariedade entre as trabalhadoras domésticas na batalha por seus direitos.
Trabalhando como babá, no final da década de 1940, Laudelina de Campos Melo mudou-se com a família de seu trabalho para Mogi das Cruzes, onde ocupou uma fazenda / hotel até a morte de seu empresário. Voltando em 1954 ou 1955 para Campinas, Melo abriu uma pensão e deixou o trabalho doméstico para trás.
Atuante no Movimento Negro do Brasil, Laudelina de Campos Melo integrou o grupo Teatro Experimental do Negro, que apontava para dar certeza ao dinamismo da atividade cultural por meio da dança e da representação teatral à juventude negra.
Em 1961, Melo fundou a Associação dos Empregados Domésticos de Campinas para ajudar na alfabetização e sindicalização dos trabalhadores domésticos. Ela deixou a Associação em 1968 por causa de conflitos dentro dela.
Em 1982, Laudelina de Campos Melo foi chamada de volta à Associação dos Trabalhadores Domésticos. Ela transformou a associação em um sindicato oficial em 1988, com o novo nome de Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Campinas (Sindicato dos Trabalhadores Domésticos).
Trabalhadora doméstica a maior parte da vida, Laudelina de Campos Melo percebeu desde cedo a discriminação e a desvalorização das mulheres trabalhadoras. Ao longo de sua vida, ela se esforçou para mudar o reconhecimento público e a política em relação às trabalhadoras domésticas e teve sucesso na criação de associações para as trabalhadoras domésticas fazerem lobby para serem vistas como uma classe de trabalhadores qualificados para os direitos trabalhistas.
Laudelina de Campos Melo faleceu no dia 22 de maio de 1991 em Campinas e doou sua casa para ser a sede do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos.
Ela é reconhecida como a fundadora do primeiro sindicato de empregadas domésticas do Brasil e a pioneira na promoção e divulgação de seguros de direitos para as trabalhadoras domésticas no país.
Em 2015, o movimento de Laudelina de Campos Melo por justiça alcançou mais um triunfo: quando o governo brasileiro aprovou uma legislação para estender os direitos trabalhistas às trabalhadoras domésticas.
Em 12 de outubro de 2020, o Google comemora o 116º aniversário de Laudelina de Campos Melo com um Doodle especial.